Orar Nossa História

Escrito em 21/03/2025

Com a intenção de celebrar a nossa história, e de, também, criar um espaço para formação permanente, propomos aqui alguns roteiros de oração que visam resgatar o testemunho de grandes nomes da Família Chevalier. O esquema é basicamente o mesmo em todos os roteiros, e é constituído por uma escuta da narrativa do fato que se celebra (A vida), depois um trecho bíblico relacionado (A Palavra), e, por fim, um momento de partilha e preces espontâneas (A Palavra na vida)

Sugere-se que estes roteiros sejam usados no lugar da Liturgia das Horas, na oração em comum. Contudo, nada impede que possam ser utilizados mesclados à missa (há só que se levar em conta que isso aumentará a duração da celebração...). Se se faz essa opção, recomenda-se usar o roteiro após a proclamação do Evangelho, fazendo as adaptações que forem necessárias.

1 de fevereiro

RECORDAÇÃO DO MARTÍRIO DO BEATO BENTO DASWA

D. Vinde, ó Deus em meu auxílio etc.

Hino
Quando pela palavra se combate,
Erguendo, não a espada mas a cruz,
Como a cruz redentora do Calvário,
Também o sangue é luz.

Quando se renuncia à própria vida,
No gesto heroico da oblação suprema,
Para glória de Deus e bem das almas,
Também o sangue é poema.

Como a água das fontes cristalinas,
Brotando do sopé de serra brava,
Se é por Jesus que se derrama o sangue,
O sangue também lava.

Em cada Mártir o Senhor Se exalta
Sobre os ódios da turba irada e cega.
Como a palavra, e mais do que a palavra,
O sangue também prega.

Honra e louvor ao Pai onipotente
E ao Filho, que por nós morreu na cruz,
E ao Espírito que glorifica os Mártires
No Sangue de Jesus.

A vida

L1: Nosso irmão, cuja memória hoje celebramos, é o primeiro beato nascido na África do Sul. Nascido em 16 de junho de 1946, sua família pertencia à tribo Lemba, uma tribo de judeus negros. Os pais de Samuel eram trabalhadores e muito conhecidos pela sua amabilidade. Samuel Daswa (era esse o nome com que era chamado antes do batismo) era o mais velho de cinco irmãos. Após a morte prematura do pai, assumiu a responsabilidade de cuidar dos irmãos, começando a trabalhar para lhes financiar os estudos.

L2: Num ano em que passou as férias em Joanesburgo com um tio, conheceu um jovem católico e fez amizade com vários outros rapazes que também eram católicos. Ao regressar à sua cidade, decidiu converter-se e iniciar a catequese. O catequista, um leigo chamado Bento Risimati, orientava a liturgia dominical e ajudava o sacerdote que vinha uma vez por mês celebrar a Missa. Após dois anos de catequese, Samuel foi batizado pelo Pe. Agostinho O’Brien, MSC da Província Irlandesa, e escolheu “Bento” como nome de batismo, inspirado pelo Santo Patriarca dos Monges, São Bento, cujo lema de vida lhe encantara: “Ora et labora”.

L3: Bento, agora batizado, seguiu com a vida. Preparou-se para ser professor primário e logo foi designado para a docência. Pouco depois, foi nomeado diretor da sua escola. Era um líder honesto e destemido, que incentivava e apoiava a sua equipe de professores. O bem-estar dos alunos era a sua principal preocupação; quando algum deles faltava à escola, ia visitar a família, para ver se podia ajudar em alguma coisa.

TODOS (cantando): Me chamaste para caminhar na vida contigo. Decidi para sempre seguir-Te não voltar atrás. Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma. É difícil agora viver sem lembrar-me de Ti. Te amarei, Senhor. Te amarei, Senhor. Eu só encontro a paz e a alegria bem perto de ti. (Bis)

L1: Em 1974 casou-se no civil com Eveline Moniai, uma jovem luterana. Entretanto, passados seis anos, sua esposa tornou-se católica, e, finalmente tiveram uma celebração de casamento na Igreja Católica, presidida pelo padre Patrick O’Connor, MSC, que se tornou amigo e diretor espiritual do casal. Desse matrimônio nasceram oito filhos. Bento ajudava a mulher nas tarefas domésticas – coisa totalmente inédita naquele contexto– e construiu uma casa para a família.

L2: A presença do Pe. Patrick O’Connor, MSC, na vida da família foi decisiva para o seu desenvolvimento espiritual, ajudando-os a manterem-se fiéis no caminho da fé cristã. O casamento religioso os fez perceberem o seu especial chamado à santidade. Após a celebração, a família passou a cultivar o hábito de rezar em comum todos os dias e se tornaram participantes assíduos das missas aos domingos. Bento também engajou-se na comunidade, tornando-se catequista, animador litúrgico, e promotor de trabalhos de caridade.

L3: Em novembro de 1989, a área em que viviam foi alvo de fortes chuvas, enchentes e trovoadas. Diante disso, a população do lugar começou a murmurar, afirmando que aquelas tragédias não era meros fenômenos naturais, mas sim frutos da atuação de um bruxo; começaram por isso a tentar identificar o responsável por aqueles acontecimentos. A 25 de janeiro de 1990, durante uma tempestade fortíssima, depois de terem caído vários raios naquela zona, a comunidade reuniu-se para discutir o assunto. Resolveram consultar um feiticeiro para identificar o culpado pela tempestade. Ao saber da reunião e dos encaminhamentos que pretendiam tomar, Bento os procurou e começou a argumentar com os presentes, tentando fazer-lhes entender que os raios eram um fenômeno natural, não sendo, portanto, causados por ninguém. Esta explicação, entretanto, não os convenceu. Vendo que não conseguia demovê-los, Bento recusou-se a participar na consulta ao feiticeiro, declarando firmemente que a sua fé o impedia de tomar parte naquelas atividades. Esta atitude desagradou a muitos.

(Da música: “Antes que te formasses”)

TODOS (cantando): Não temas arriscar-te, porque contigo Eu estarei. Não temas anunciar-Me, por tua boca Eu falarei. Hoje te dou meu povo para arrancar e derrubar. Para edificar, construirás e plantarás! Tenho que gritar, tenho que arriscar/ ai de mim se não o faço! Como escapar de Ti? como calar? / se Tua voz arde em meu peito? Tenho que andar, tenho que lutar / ai de mim se não o faço! Como escapar de Ti? como calar? / se Tua voz arde em meu peito?

L1: A 2 de fevereiro de 1990, Bento teve de ir de carro a uma outra cidade, para levar um sobrinho ao médico. No caminho de regresso, um homem que transportava um grande saco de milho e que morava próximo a sua aldeia, pediu-lhe carona para casa. Bento chegou a sua vila por volta das 19h30 e, depois de deixar a cunhada e o sobrinho em casa, disse à filha que ia levar o homem à aldeia dele e já voltava. Ao regressar à casa, encontrou a estrada obstruída com troncos de árvores; quando saiu de carro, viu aproximar-se uma multidão de jovens e adultos que, sem mais nem menos, começaram a apedrejá-lo. Ferido e a sangrar, fugiu correndo e foi abrigar-se na casa de uma mulher. Quando a multidão chegou diante da casa, ameaçou a mulher de morte se não revelasse onde ele estava escondido.

L2: Ouvindo as ameaças do lado de fora, Bento decidiu não pôr em risco a vida da senhora que o acolhera. Revestido de uma coragem sobrenatural, saiu de dentro da casa e apresentou-se aos que o procuravam. Imediatamente avançou contra ele um homem com um porrete na mão; percebendo o que ia lhe acontecer, Bento só teve tempo de rezar: “Meu Deus, nas tuas mãos entrego o meu espírito!”. Um golpe certeiro e fatal lhe esmagou a cabeça. Tombou morto o corpo da testemunha fiel de Cristo.

(faz-se um instante de silêncio)

L3: A missa de corpo presente teve lugar a 10 de fevereiro de 1990. A procissão saiu de casa de Bento, e seguiu para a igreja. A missa foi presidida pelo Pe. John Finn, MSC e concelebrada por vários sacerdotes que, de comum acordo, vestiram paramentos vermelhos, em reconhecimento do fato de que Bento morrera pela fé. A cerimônia foi acompanhada por muita gente, que depois seguiu o funeral até ao cemitério. Passados os anos, no dia 13 de setembro de 2015, ao chegar a data da beatificação de Bento Daswa, o papa Francisco afirmou: “Na sua vida, Bento demonstrou sempre muita coerência, assumindo corajosamente atitudes cristãs e rejeitando hábitos mundanos e anticristãos. O seu testemunho ajude especialmente as famílias a difundir a verdade e a caridade de Cristo. E o seu testemunho junta-se ao de tantos nossos irmãos e irmãs, jovens, idosos, adolescentes, crianças, perseguidos, expulsos, assassinados por confessarem Jesus Cristo”...

TODOS (cantando): Deus é amor, arrisquemos viver por amor. Deus é amor, ele afasta o medo! (bis)

A Palavra: Atos 7, 54-60

Quando os membros do Conselho Superior acabaram de ouvir o que Estêvão tinha dito, ficaram furiosos e rangeram os dentes contra ele. Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou firmemente para o céu e viu a glória de Deus. E viu também Jesus em pé, ao lado direito de Deus. Então disse: “Olhem! Eu estou vendo o céu aberto e o Filho do Homem em pé, ao lado direito de Deus.” Mas eles taparam os ouvidos e, gritando bem alto, avançaram todos juntos contra Estêvão. Depois o jogaram para fora da cidade e o apedrejaram. E as testemunhas deixaram um moço chamado Saulo tomando conta das suas capas. Enquanto eles atiravam as pedras, Estêvão chamava Jesus, dizendo: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”. Depois, ajoelhou-se e gritou com voz bem forte: “Senhor, não condenes esta gente por causa deste pecado!”. E, depois que disse isso, ele morreu. Palavra do Senhor.

A Palavra na Vida

− Momento de silêncio e partilha.
− Preces espontâneas.
− Pai Nosso.

 

Oração final

D. Deus onipotente e misericordioso, destes a Bento Daswa superar as torturas do martírio. Concedei que, celebrando o dia do seu triunfo, passemos invictos por entre as ciladas do inimigo, graças a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. T. Amém.

19 de março
DIA DE SÃO JOSÉ,
EXEMPLO E PADROEIRO DOS AMIGOS DO CORAÇÃO DE JESUS,
E
RECORDAÇÃO DO NASCIMENTO DO PADRE JÚLIO CHEVALIER

D: Queridos irmãos, celebramos hoje duas datas muito importantes para nossa família religiosa: o nascimento de nosso fundador (15/03) e a Solenidade Litúrgica de São José, exemplo e padroeiro dos amigos do Sagrado Coração. Sejamos bem-vindos! Inspirados por estes dois grandes homens, iniciemos nossa oração invocando a Santíssima Trindade...

Pode-se cantar ou rezar o sinal da cruz. Em seguida, canta-se o hino a seguir:

Vinde, alegres cantemos.
A Deus demos louvor.
A um Pai exaltemos
sempre com mais fervor.

R: São José, a vós nosso amor,
Sede o nosso bom protetor,
Aumentai o nosso fervor.

Quis o Verbo Divino
Dar-nos nome de pai.
Um glorioso destino
Para nós impetrai.

Vós, esposo preclaro,
Amantíssimo pai.
Dos cristãos firme amparo,
Este canto aceitai.

São José triunfante
Vai a Glória gozar.
E para sempre reinante,
No Senhor repousar

A vida.

D: Alguém já disse uma vez que "recordar é viver". A lembrança faz acontecer de novo o que já foi vivido. E isso pode ser muito bom quando se quer voltar ao primeiro amor. É fundamental nunca nos esquecermos de nossos pontos de partida. Nesse sentido queremos hoje lembrar o início da vida daquele que deu origem a esta nossa Família Religiosa. Bebemos desta fonte, do jeito que Chevalier experimentou Deus. Celebrar seu nascimento, de certo modo, também é celebrar nossas origens. Ouçamos agora o que nosso fundador fala de sua primeira infância. Escutemos com atenção:

L1: "Nasci em Richelieu, no dia 15 de março de 1824 e fui batizado no dia seguinte, com o nome de João Júlio. Meu pai era um homem bom e honesto. Dedicou-se ao comercio de cereais e tornou-se padeiro. Desposou, então, minha mãe, cujos pais já exerciam também essa mesma profissão. Minha mãe chamava-se Luísa Ory. Tinha um caráter alegre e firme, aliado a uma piedade franca e sincera. Ela teve três filhos, sendo eu o caçula. Logo após o batismo, ela me levou à igreja e me consagrou à Santíssima Virgem e ao Sagrado Coração de Jesus.

Desde cedo eu gostava muito das coisas de Deus. Quando ouvia um sermão do pároco, ao voltar para a casa procurava repeti-lo a meu modo. Subia num banquinho e, diante da família, repetia frases mais ou menos corretas, imitando a voz e os gestos do pregador. A cena sempre acabava em risadas e minha mãe me atropelava do púlpito improvisado. Também me lembro de uma outra vez que, tendo visto que o padre tinha uma tonsura, pedi aos meus colegas que fizessem uma em mim, cortando meu cabelo igual ao do padre. Meu pai ao ver aquilo, caiu na gargalhada, mas minha mãe não gostou da brincadeira e me puniu severamente. No outro dia eu tinha catecismo. O padre, ao me ver de cabelo cortado, também riu muito. Muitos anos depois, encontrei esse mesmo padre numa peregrinação de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Ele contou a história aos confrades. Isso virou piada por muitos dias entre nós." (Pe. Júlio Chevalier, MSC. Das Notas íntimas, pp 1-4, com pequenas adaptações)

D: O início da vida e da vocação de nosso Fundador foi marcado pela simplicidade. Não houve nada de excessivamente prodigioso ou milagroso. Mas parece ser próprio de Deus escolher esses caminhos. Basta ver a história da Salvação. Também foi dessa mesma maneira simples que Deus se aproximou daquele jovem apaixonado chamado José. Homem simples e trabalhador como Chevalier, de vida modesta vivida num um lar cheio de fé, como nosso fundador. Muitas semelhanças. Mas talvez a maior delas seja essa maravilha de experimentar um Deus humano, próximo, Deus que se pode colocar no colo. Deus com quem se pode fazer a massa do pão ou varrer a casa. José e Júlio: homens de coração bonito. Homens do cotidiano transfigurado pela presença real e humana de Deus. Talvez seja essa identificação de histórias que fez Chevalier aproximar-se do Bom José. Ouçamos o que nosso fundador nos diz:

L2: "Os começos de nossa Congregação foram trabalhosos; alojados como Jesus no estábulo que transformamos em capela, faltava-nos tudo. Nossa escola foi a escola da privação; carecíamos das coisas mais simples. Durante algum tempo, fomos nós mesmos os cozinheiros e só Deus sabe os belos cozinheiros que éramos! Nós mesmos não somente nos encarregávamos do cuidado e da limpeza da casa, como também da capela. Todos os dias ou várias vezes por semana, antes da chegada dos fiéis, com alegria, varríamos a casa do Senhor e colocávamos tudo em ordem. O divino Coração de Jesus abençoava nossos esforços; os fiéis, em grande número, assistiam às cerimônias; mas, infelizmente, um acidente veio de repente perturbar a nossa alegria; um lado inteiro da parede da capela, do lado de São José, ruiu durante a noite. De que jeito reconstruí-la? Dinheiro não tínhamos; dirimo-nos ao glorioso esposo de Maria, a esse amigo tão fiel do Coração de Jesus. E assim lhe falamos:

- O desastre aconteceu do seu lado da capela, então compete a você reconstruir isso!

Nossa oração foi ouvida: uma alma caridosa ofereceu-nos, inesperadamente, o dinheiro suficiente para restaurar o que desabara..." (Pe. Júlio Chevalier, Anais da Pequena Sociedade). "Além disso, como São José foi apoio, amigo e defensor do Coração de Jesus e de Nossa Senhora, a Congregação colocará suas casas, agora e no futuro, debaixo da custódia deste insigne protetor, e o reconhecerá sempre como seu Dono e Provedor." (Pe. Júlio Chevalier, Constituições MSC de 1877, nº 453)

D. Ouçamos agora, o que Deus nos que falar.

A Palavra (1Cor 1, 26-31)

L1. Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios.

Irmãos, lembrem do que vocês eram quando Deus os chamou. Do ponto de vista humano poucos de vocês eram sábios ou poderosos ou de famílias importantes. Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu

o que o mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante, Deus escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não tem valor. Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que está sendo visto por Deus. Porém Deus uniu vocês com Cristo Jesus e fez com que Cristo seja a nossa sabedoria. E é por meio de Cristo que somos aceitos por Deus, nos tornamos o povo de Deus e somos salvos. Portanto, como as Escrituras Sagradas dizem: “Quem quiser se orgulhar, que se orgulhe daquilo que o Senhor faz.”. Palavra do Senhor.

A Palavra na Vida

Momento de silêncio e partilha.
Preces espontâneas.
Pai Nosso.

Oração final

Ó Deus, que em vossa inefável providência escolhestes São José para o esposo de Maria, Mãe de vosso Filho, fazei que, venerando-o na terra como protetor, mereçamos tê-lo como intercessor no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. T. Amém

RECORDAÇÃO DO MARTÍRIO DOS BEATOS MSC NA GUATEMALA

Esse mesmo roteiro pode ser usado nas datas dos martírios de João Alonso (15 de fevereiro), ou de José Maria Gran (4 de junho), ou de Faustino Villanueva (10 de julho). No caso de esse roteiro ser rezado fora da missa, no lugar das Laudes ou Vésperas, inicia-se com “Vinde, ó Deus em meu auxílio” e etc. e segue-se o roteiro normalmente. No caso de se rezar na missa, pode-se usar este texto após a leitura do Evangelho. Lê-se apenas o relato do martírio, como está previsto, omitindo todo o resto. Terminado o roteiro, a missa segue como de costume a partir do ofertório.

 

Mantra inicial
Vidas pela vida
Vidas pelo reino
Vidas pelo reino

Todas as nossas vidas
Como as suas vidas
Como a vida dele
O mártir Jesus

L1: América Central. Começo dos anos 1980. A situação geral dos países naquela região era no mínimo aterradora. Ditaduras se impunham com força e consigo traziam todos os males da falta de liberdade. Por toda parte o povo sofria com o desemprego, os salários de miséria, o analfabetismo, a discriminação racial e social. Durante esse processo, a vida religiosa naquelas terras, por querer ser fiel ao Evangelho, ocupou um papel decisivo na defesa dos direitos humanos. Desse modo, se empenhavam em buscar um maior compromisso com os pobres e maior empenho na evangelização libertadora.

L2: Se fizeram construtores da paz. Porém, colocar-se desse lado da história, naquele contexto significava posicionar-se contra o Regime. A postura de defesa dos direitos humanos era identificada como “perigosa e subversiva” e os missionários estrangeiros eram vistos como uma “ameaça à soberania nacional”. Um dos grupos mais dinâmicos e mais comprometidos com a opção pelos pobres no seguimento de Jesus, eram, sem dúvida, o dos Missionários do Sagrado Coração.

L3: Todavia, dentre eles, houve três que se destacaram mais: Pe. Faustino Villanueva, Pe. João Alonso Fernandes e Pe. José Maria Gran Cirera, três espanhóis que levaram o compromisso evangélico com os mais marginalizados até as últimas consequências. Eles deram sentido à sua vida, oferecendo ao povo de Deus na Guatemala e na Nicarágua o amor salvador e libertador de Deus-Pai manifestado no Coração de Jesus de Nazaré. Eles escolheram os mais pobres por seus amigos e morreram assassinados por terem sido fiéis ao seguimento de Jesus no amor e no serviço aos marginalizados.

TODOS (cantando): Não temais os que matam o corpo
Não temais os que armam ciladas
Não temais os que vos caluniam
Nem aqueles que portam espadas
Não temais os que tudo deturpam
pra não ver a justiça vencer
Tende medo somente do medo
De quem mente pra sobreviver
Tende medo somente do medo
De quem mente pra sobreviver
A Verdade vos libertará, libertará!

L1: José María Gran Cirera, nasceu em Canet de Mar e foi trabalhar como missionário na Guatemala três anos depois de sua ordenação. O trabalho pastoral o obrigava a fazer longas viagens missionárias para estar presente em cada uma das comunidades da paróquia. No dia 4 de junho de 1980, após celebrar a eucaristia, seguiu seu caminho junto com Domingos Batz seu fiel amigo e sacristão. Seguiam o caminho tranquilos. Não imaginavam, porém, que num lugar solitário havia alguns soldados esperando para disparar contra eles pelas costas. Enquanto conversavam, de repente ouviu-se o som alto de um tiro que fez os pássaros ao redor levantarem voo. Uma bala, disparada com precisão, perfurou o coração do padre, derrubando-o da montaria. Como não se lembrar de um golpe de lança com que um outro soldado transpassou o coração de Jesus? Caído por terra, mais seis balas perfuraram o peito do padre, aquele homem de coração limpo e generoso que, com o evangelho da paz, anunciava a justiça, o amor, a liberdade e o perdão. Domingos Batz também foi metralhado pelas costas. Era véspera da festa de Corpus Christi. Como Jesus, padre e catequista entregavam seu corpo e sangue como preço de sua opção pela paz e pelo amor.

L2: Após o primeiro martírio, a comunidade MSC se reuniu para discernir se deviam ou não continuar ali, já que as coisas estavam cada vez piores. Decidiu-se que continuariam seguindo com seu trabalho evangelizador e de defesa dos direitos do povo enquanto tivessem vida. Depois dessa reunião, Pe. Faustino regressou à sua paróquia. Em sua cabeça martelava a pergunta: “Quem será o próximo?”. Não passava pela cabeça de ninguém que o próximo pudesse ser ele, porque no lugar onde ele trabalhava não havia acontecido nada. Porém, no dia 10 de julho 1980, lá pelas oito e meia da noite, após ter celebrado na matriz, ele foi chamado à porta da casa paroquial. A cozinheira foi atender. Eram dois jovens bem-vestidos. Perguntaram se podiam falar com o padre. Ela viu quando os jovens entraram e ouviu o cumprimento que o padre fez a eles. Eles disseram algo em voz baixa e logo o Pe. Faustino entrou no escritório, seguido por um deles, enquanto o outro permaneceu junto à porta. A empregada, mais tranquila, continuou a limpar os móveis. De repente, ouviu-se um barulho de tiro que ecoou pela casa. Enquanto ela corria para o escritório ouviu o segundo disparo. Ainda pôde ver quando os assassinos saíram pela praça, montaram na moto e desapareceram na noite. A mulher entrou correndo e deu com o padre estendido no chão, banhado no sangue que lhe caía copiosamente da cabeça.

L3: A pobre mulher, vendo o corpo ensanguentado, correu logo para a casa do prefeito. Este era um amigo do Padre Faustino, e logo pediu aos Bombeiros Voluntários que transportassem o corpo ao Hospital Departamental. Ao voltarem para a casa, alguém teve a ideia de colocar areia sobre o sangue empoçado sobre o piso. Em seguida, pegaram essa areia ensopada de sangue e a recolheram respeitosamente num recipiente. Colocaram então dois castiçais com velas acesas, um de cada lado daquele relicário improvisado, com sumo respeito pelo sangue de quem morrera por se colocar do lado da justiça. Os habitantes do lugar, visto que não podiam conservar junto a eles os restos mortais do padre que durante tantos anos os acompanhara, levaram seu sangue em procissão, depositando-o diante do altar da igreja paroquial. Agora como antes, e até com mais insistência, pairava no ar a pergunta: “Quem será o próximo?”

TODOS (cantando): Não temais os que vos ameaçam
Com a morte ou com difamação
Não temais os poderes que passam –
Eles tremem de armas na mão
Não temais os que ditam as regras
Na certeza de nunca perder
Tende medo somente do medo
De quem cala ou finge não ver
Tende medo somente do medo
De quem cala ou finge não ver
A Verdade vos libertará, libertará!

L1: Depois do assassinato do Padre Faustino, Padre João Alonso, que sempre preferia para si o mais arriscado e o mais difícil, insistiu em ir para o norte, onde o perigo era maior, muito embora àquela época na região qualquer lugar fosse perigoso para aqueles que optavam pelos pobres. Naqueles dias, fins de janeiro, ele escrevia a seu irmão: "Tenho o pressentimento de que corro perigo. Não desejo, de modo algum, que me matem, mas tampouco estou disposto, por medo, a abandonar esse povo. Uma vez mais penso: 'Quem poderá nos separar do amor de Cristo?'" Jamais como naqueles dias havia brilhado em sua vida a verdade das palavras do apóstolo. Na tarde do dia 13 de fevereiro de 1981, sexta-feira, foi obrigado a se apresentar no Destacamento Militar. Acabava de chegar à paróquia para onde fora transferido. Foi interrogado, ofendido e acusado pelos militares que, em vão, tentaram confundi-lo a fim de arrancar-lhe as "confissões" que lhes convinham. Entre os insultos e acusações, aqueles de sempre: “comunista”, “subversivo”. Corajoso como sempre, Padre João não se intimidou: “Aquilo que pregamos, qualquer pessoa pode ouvir. Se vocês quiserem saber o que digo, é só ir à igreja. Não faço outra coisa senão pregar a palavra de Deus.”

L2: Naquele dia só o libertaram a altas horas da noite. A tarde de sábado e a manhã de domingo, dia 15, ele passou na casa paroquial, não modificando aquilo que havia programado. Depois de almoçar, pegou a moto e se pôs a caminho de uma comunidade. Eram mais ou menos três horas da tarde. Em todas essas localidades o povo, apesar do medo, estava esperando o seu pastor. O tempo passava e o Padre João não chegava. Escureceu e nada do padre. As pessoas então começaram a se preocupar. À essa hora, porém, João Alonso já vivia seu Calvário. Testemunhas viram soldados arrastando o padre barranco acima. Alguém ouviu que ele pediu água, mas eles não deram. Em troca o torturaram. Uma família, escondida em seu rancho, acendeu uma vela e pediu a Deus para que não prolongassem aquele tormento. Os soldados quebraram-lhe o tornozelo e, em seguida, sentaram-no numa pedra e o mataram, com três tiros à queima-roupa.

L3: Pelas seis e meia da tarde, D. Vitor Hugo Martínez telefonou aos MSC dizendo: "Foi encontrado o cadáver do Padre João. Os bombeiros trouxeram o corpo para a necrópsia." Na cidade, um soldado, bêbado, dizia, como se fosse uma façanha, que havia matado mais um padre. Era o dia 15 de fevereiro de 1981. Como eles, centenas de outros irmãos e irmãs também foram perseguidos, torturados e mortos. Idosos, crianças, homens e mulheres, simplesmente por se colocarem do lado da vida. Esses três MSC foram beatificados, juntamente com outros 7 leigos. Histórias como essa, mas vividas em uma vocação diferente. Foram pessoas com histórias e situações diferentes, mas com pelo menos uma coisa em comum: o profundo senso de coerência, de veracidade. A convicção que o modelo para o coração da humanidade é o Coração de Jesus, que só o amor constrói e não o ódio, nem a violência. Defender a vida plena para todos, como Jesus fez, custou-lhes a vida, como também custou a vida de Jesus. Seguiram o Cristo em vida, seguiram-no, também na morte. Com Cristo agora reinam na eternidade. O Evangelho às vezes exige de nós uma postura de coerência que pode nos custar caro. A pergunta que talvez poderíamos nos fazer é: até que ponto estamos dispostos a isso?

TODOS (cantando): Não temais os que gritam nas praças
Que está tudo perfeito e correto
Não temais os que afirmam de graça
Que vós nada trazeis de concreto
Não temais o papel de profetas
Que o papel do profeta é falar
Tende medo somente do medo
De quem acha melhor não cantar
Tende medo somente do medo
De quem acha melhor não cantar
A Verdade vos libertará, libertará!

A Palavra (Mt 10, 16-22)

Naquele tempo, disse Jesus: Escutem! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Sejam espertos como as cobras e sem maldade como as pombas. Tenham cuidado, pois vocês serão presos, e levados ao tribunal, e serão chicoteados nas sinagogas. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos governadores e reis para serem julgados e falarão a eles e aos não judeus sobre o evangelho. Quando levarem vocês para serem julgados, não fiquem preocupados com o que deverão dizer ou como irão falar. Quando chegar o momento, Deus dará a vocês o que devem falar. Porque as palavras que disserem não serão de vocês mesmos, mas virão do Espírito do Pai de vocês, que fala por meio de vocês. Muitos entregarão os seus próprios irmãos para serem mortos, e os pais entregarão os filhos. Os filhos ficarão contra os pais e os matarão. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas quem ficar firme até o fim será salvo. Palavra da salvação.

A Palavra na Vida

Momento de silêncio e partilha.
Preces espontâneas.
Pai Nosso.

Oração final

TODOS: Senhor, queremos te dar graças pela vida, pela morte e pela ressurreição de nossos irmãos MSC e também dos leigos que com eles foram martirizados. Pelo testemunho de vida que nos deixam, por esse serviço e por essa entrega, por essa fidelidade até à morte. Queremos te pedir que esse caminho de luz, de entrega e de esperanças que eles nos deixaram seja estímulo para nós, seguindo-te como eles te seguiram, para a cada dia entregar nossa vida para construir esse reino que queres e de que necessitamos: um Reino onde todos possamos viver como irmãos e irmãs, onde todos possamos repartir o que nos deste e caminhar unidos no amor. Tudo isto te pedimos por teu Filho, que vive e reina para sempre, na unidade do Espírito Santo. Amém.

7 de julho
RECORDAÇÃO DO MARTÍRIO DO BEATO PEDRO TO ROT

D. Vinde, ó Deus em meu auxílio, etc.

Hino

Ó Deus, dos vossos heróis
coroa, prêmio e destino,
livrai do peso da culpa
quem canta ao mártir um hino.

Seus lábios deram a prova
da fé do seu coração.
Seguindo a Cristo, o encontra
do sangue pela efusão.

Do mundo a vã alegria
julgou fugaz, transitória,
chegando assim, jubiloso,
ao gozo eterno da glória.

Passou por duros tormentos
com força e muito valor.
Por vós vertendo seu sangue,
possui os dons do Senhor.

Ó Deus dos fortes, rogamos:
por essa imensa vitória,
livrai da culpa os cativos,
mostrando em nós vossa glória,

para podermos, no céu,
com ele o prêmio gozar
e, para sempre felizes,
vossos louvores cantar.

Louvor e glória a Deus Pai,
com o seu Filho também,
e o Divino Paráclito
agora e sempre. Amém.

A vida

L1: A Papua Nova Guiné está cercada por numerosos arquipélagos habitados por milhares de etnias que falam cerca de oitocentos dialetos diferentes. Os Missionários do Sagrado Coração começaram a empreitada de evangelização nessa região em 1882, quando chegou o primeiro grupo de religiosos. Depois de um tempo do início do ministério dos MSC, e, para surpresa de todos, o chefe da aldeia de Rakunai, Ângelo To Puia, anunciou que queria se tornar católico, como a maior parte dos habitantes da aldeia. Aquele se tornaria o núcleo da primeira geração de católicos naquela parte do planeta. Pouco depois, Maria Ia Tumul, mulher de Ângelo, deu à luz o seu filho Pedro em 1912; foi o terceiro dos seus seis filhos.

L2: Desde criança, durante a escola missionária, Pedro revelou-se um estudante excepcional, nutrindo particular interesse pela religião. Em 1930, o pároco, Pe. Laufer, MSC, disse ao pai de Pedro que os seus jovens filhos talvez tivessem vocação para o sacerdócio. Ângelo To Puia, porém, respondeu sabiamente: “Creio que o tempo não está maduro para que um ou outro dos meus filhos ou qualquer outro homem desta aldeia se torne sacerdote. No entanto, se quiseres mandar algum para a escola de catequistas, estou de acordo.” O trabalho missionário a desenvolver na Oceania era imenso, mas os MSC eram poucos e, por isso, os jovens do lugar eram instruídos para virem a ser catequistas e trabalhar com eles.

L3: Em 1934, Pedro To Rot recebeu do bispo a sua cruz de catequista e foi enviado de volta para a sua aldeia natal a fim de ajudar o pároco, o padre Laufer. Ensinava o catecismo às crianças, instruía os adultos na fé e conduzia encontros de oração. Em 1936, casou-se com Paula Varpit. Os dois formavam um casal cristão exemplar. Pedro manifestava grande respeito pela sua mulher e rezava com ela todas as manhãs e todas as noites; além disso, era muito dedicado aos seus filhos, passando muito tempo com eles.

TODOS (cantando): Me chamaste para caminhar na vida contigo. Decidi para sempre seguir-Te não voltar atrás. Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma. É difícil agora viver sem lembrar-me de Ti. Te amarei, Senhor. Te amarei, Senhor. Eu só encontro a paz e a alegria bem perto de ti. (Bis)

L1: Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, os japoneses invadiram a Papua Nova Guiné. Os invasores não aceitavam a fé cristã, porque a entendiam como uma “dominação ocidental” e, por isso, transferiram de imediato todos os sacerdotes e religiosos para campos de concentração. Como era leigo, Pedro pôde ficar na sua aldeia. Quando o Pe. Laufer, MSC, o pároco, estava sendo levado embora pelos soldados, disse a Pedro: “To Rot, eu estou deixando todo nosso trabalho nas suas mãos. Cuide bem desse povo. Ajude-os a não se esquecerem de Deus.” Desse modo, Pedro teve de assumir muitas responsabilidades novas, conduzindo a celebração dominical e exortando os fiéis a perseverar, servindo como testemunha durante os casamentos, batizando os recém-nascidos e presidindo aos funerais. Conseguiu ainda levar os habitantes da aldeia para a floresta, onde um missionário se tinha refugiado depois de ter conseguido escapar aos japoneses, a fim de que todos pudessem receber os sacramentos em segredo.

L2: Embora inicialmente os japoneses não tivessem proibido por completo o culto católico, rapidamente começaram a saquear e a destruir as igrejas. To Rot teve de construir uma capela de madeira no meio do mato e criou esconderijos subterrâneos para os vasos sagrados; continuou o seu trabalho apostólico com prudência, visitando os cristãos durante a noite por causa dos numerosos espiões que dominavam a região. Aproveitando-se das divisões internas entre a população da Papua Nova Guiné, os japoneses reintroduziram a poligamia para conseguirem o apoio dos chefes locais. Implementaram um plano para contrariar a influência “ocidental” sobre a população nativa. Por luxúria ou por medo de represálias, muitos homens tomaram então uma segunda mulher.

L3: O catequista Pedro To Rot viu-se forçado a falar: “Nunca falarei o suficiente aos cristãos sobre a dignidade e a grande importância do sacramento do matrimônio.” Chegou mesmo a tomar posição contra o seu irmão José, que defendia publicamente o regresso à prática da poligamia. Além disso, outro dos seus irmãos voltou a casar-se e denunciou Pedro às autoridades japonesas. A sua mulher, Paula, temia que a determinação do marido prejudicasse a sua família, mas ele respondeu às suas súplicas: “Se tiver de morrer, está tudo bem, porque morrerei pelo Reino de Deus no meio do nosso povo.”

TODOS (cantando): Não temas arriscar-te, porque contigo Eu estarei. Não temas anunciar-Me, por tua boca Eu falarei. Hoje te dou meu povo para arrancar e derrubar. Para edificar, construirás e plantarás! Tenho que gritar, tenho que arriscar/ ai de mim se não o faço! Como escapar de Ti? como calar? / se Tua voz arde em meu peito? Tenho que andar, tenho que lutar / ai de mim se não o faço! Como escapar de Ti? como calar? / se Tua voz arde em meu peito?

L1: Certo dia de 1945, enquanto Pedro To Rot estava plantando feijão num campo requisitado pelos japoneses, foi preso pelos policiais que tinham acabado de saquear a sua casa, encontrando vários objetos religiosos. Durante o interrogatório subsequente, ele admitiu que tinha conduzido um encontro de oração na véspera, e o chefe da polícia bateu-lhe. Quando se declarou contrário à bigamia, foi preso. Foi metido numa pequena cela sem janelas de onde o tiravam de vez em quando apenas para tratar dos porcos. A sua mãe e a sua mulher levavam-lhe comida. Certo dia, sua esposa Paula levou consigo os seus dois filhos (estava grávida do terceiro) e implorou ao marido que dissesse aos japoneses que deixaria de trabalhar como catequista se o libertassem. Pedro, fazendo o sinal da cruz, disse: “Devo glorificar o Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e, assim, ajudar o meu povo.” Pediu, portanto, à sua mulher que lhe levasse a sua cruz de catequista, que manteve consigo até ao fim.

L2: Nesse mesmo dia confidenciou à sua mãe que a polícia tinha chamado um médico japonês que viria “lhe dar uma injeção”, acrescentando: “Eu não sei o que isso significa. Provavelmente é uma mentira, porque eu não estou doente. Mãe, volta depressa para casa e reza por mim.” Mais tarde, no início daquela noite, Pedro tomou um banho, barbeou-se, colocou uma roupa nova que sua mulher lhe havia trazido. Parece que já sabia que devia apresentar-se naquela mesma noite

diante do seu Mestre... Pedro então foi até a entrada da cabana onde estava preso se pôs a rezar. De fato, naquela mesma noite, os soldados japoneses vieram. Apesar dos esforços de ocultarem o que iria acontecer, um outro prisioneiro pode ver a chegada do médico que aplicou a tal injeção. O que se seguiu após isso foi uma cena pavorosa de sofrimento que nosso irmão viveu em silêncio. Após uma longa agonia, Pedro To Rot, por causa de seu trabalho missionário, por causa de sua fé, inclinando a cabeça, “entregou o espírito”.

(faz-se um instante de silêncio)

L3: No dia seguinte, um polícia anunciou: “O vosso catequista morreu”. Uma imensa multidão participou do funeral de Pedro To Rot, não obstante a presença da polícia japonesa. De imediato as pessoas, ao ficarem sabendo das circunstâncias de sua morte, e por conhecerem bem o catequista, o começaram a chamar de mártir. Nos cinquenta anos subsequentes à morte de To Rot, a sua aldeia viu nascer pelo menos uma dúzia de sacerdotes e religiosos. Em 17 de janeiro de 1995, Pedro foi beatificado. Nessa ocasião, o papa São João Paulo II disse: “Desejo que vocês se lembrem sempre de Pedro To Rot. Vocês devem sempre pensar na fé que ele tinha, no modo como era sua vida em família, como era seu apostolado como catequista. Devem fazer isso porque ele nos mostra o caminho a seguir.”.

TODOS (cantando): Deus é amor, arrisquemos viver por amor! Deus é amor, ele afasta o medo.

A Palavra: 1Pd 4, 12-16

L1: Da primeira Carta de Pedro. Meus queridos amigos, não fiquem admirados com a dura prova de aflição pela qual vocês estão passando, como se alguma coisa fora do comum estivesse acontecendo a vocês. Pelo contrário, alegrem-se por estarem tomando parte nos sofrimentos de Cristo, para que fiquem cheios de alegria quando a glória dele for revelada. Vocês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo, porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês. Se algum de vocês tiver de sofrer, que não seja por ser assassino, ladrão, criminoso ou por se meter na vida dos outros. Mas, se alguém sofrer por ser cristão, não fique envergonhado, mas agradeça a Deus o fato de ser chamado por esse nome. Palavra do Senhor.

A Palavra na Vida

Momento de silêncio.
Preces espontâneas.
Pai Nosso.

Oração final

D. Deus onipotente e misericordioso, destes ao beato Pedro To Rot superar as torturas do martírio. Concedei que, celebrando o dia do seu triunfo, passemos invictos por entre as ciladas do inimigo, graças a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

MÊS DE MAIO
NOSSA SENHORA DO SAGRADO CORAÇÃO
Este roteiro é previsto para uso somente fora da missa. Recomenda-se como ambientação ter presente a imagem de N. Sr. do Sagrado Coração.

D: Amado seja por toda parte o Sagrado Coração de Jesus!

Caros irmãos e irmãs, com alegria queremos neste nosso encontro celebrar a nossa "fundadora", aquela "que tudo faz em nossa Congregação", nossa mãe, nossa companheira, Nossa Senhora do Sagrado Coração.

Todos: Salve, Maria, nossa eterna companhia! Quem a ela se confia, nunca se desvia!

D: Como é bom te encontrar, Maria! Hoje, como Gabriel, nos deslumbramos contigo. Salve, Cheia de Raça! Salve, companheira nas nossas estradas de terra e nas nossas voadeiras! Salve, missionária que sempre chega antes de nós! Salve, esperança dos desesperados!

Todos: Salve, Maria, nossa eterna companhia! Quem a ela se confia, nunca se desvia!

L1: Vamos agora passear por nossa história. Recordar é um jeito de agradecer. Nosso fundador sempre foi muito ligado à Nossa Senhora, desde a infância. Contam os primeiros MSC que a mãe do Pe. Chevalier, quando ele ainda era recém-nascido, o deixou aos pés da imagem da Virgem que há até hoje na paróquia de Issoudun, porque temia não ter condições de criar aquele menino. Deu alguns passos em direção a porta da igreja, mas logo se arrependeu. Voltou, tomou o menino novamente nos braços e o levou para casa. Entretanto, Maria já o havia acolhido daquele dia para sempre como propriedade dela...

L2: Uma vez crescido, Chevalier sempre se dirigia a ela em todas as necessidades. Por isso, não é de se estranhar que, quando da nossa fundação, ele recorresse à Mãe de Deus. E foi atendido! Na novena da fundação, Chevalier e Maugenest, escreveram um contrato com Maria estabelecendo que, se ela vencesse as dificuldades levantadas contra o nascimento de nossa "Pequena Sociedade", eles a considerariam "como sua Fundadora e Soberana", a associariam a todas as suas obras e fariam que ela fosse amada de "uma maneira particular" (Cf. Anais da Pequena Sociedade pp 4-5). De fato, ela cumpriu sua parte no trato. Mas como Chevalier iria cumprir a sua parte? Ouçamos agora um de nossos primeiros companheiros, o Pe. Piperon:

L1: "Nem as provações, nem o trabalho fizeram o Reverendo Pe. Chevalier esquecer a promessa feita em 1854 à Maria Imaculada, de a fazer honrar de uma maneira especial na Congregação recém-nascida. Sem dúvida que, desde o início, o venerado Fundador desejara que todas as festas da Virgem Maria fossem celebradas com piedade. Essas práticas, no entanto, não foram suficientes para o que nosso reverendíssimo padre sentisse que tinha cumprido sua promessa. Todos os dias ele pedia à Virgem Mãe de Deus que lhe mostrasse qual era a "maneira especial" que com que ela desejava ser honrada."

L2: "Era hora do recreio comunitário, depois da refeição do meio-dia. A pequena comunidade descansava dos trabalhos da manhã, reunida sob um véu de folhagens, formado por quatro árvores de idade respeitável. Todos conversavam alegremente, como convém a uma comunidade unida pelos laços da caridade. De repente, o Reverendíssimo Padre Chevalier, que havia permanecido silencioso e meditativo até então, pergunta a seus confrades:"

L1: - Sob qual invocação iremos chamar a Virgem em nosso novo santuário?

L2: E cada um, surpreendido pela pergunta, foi dizendo algum título de Nossa Senhora segundo a sua própria devoção.

L1: "Não, não, vocês não acertaram!", respondeu o reverendo padre, sorrindo. "Na nossa futura igreja, o altar de Maria será dedicado à Nossa Senhora do Sagrado Coração!"

L2: "Nossa Senhora do Sagrado Coração?!", alguns exclamaram, "mas é um título que não existe! E, em matéria de devoções, não é prudente inovar!". "Não é tão novidade quanto vocês pensam", respondeu o Padre, "deixem-me primeiro explicar meus pensamentos e vocês irão julgar se eles fazem sentido ou não." Então ele lembrou, em poucas palavras, as numerosas graças das quais nossa Pequena Sociedade estava em dívida com a augusta Virgem desde o início até a atualidade:

Todos: "Devemos tudo a ela!", acrescenta o padre, "Além disso, prometemos honrá-la de uma maneira especial. Este título de 'Nossa Senhora do Sagrado Coração' responde perfeitamente ao nosso desejo. Ela será para sempre nossa Divina Mãe e terá sempre nossa gratidão por seus muitos benefícios!"

D: E ao longo daqueles primeiros anos tão atribulados da fundação, era sempre por Nossa Senhora que ele chamava, e ela sempre dava um jeito para tudo, mesmo nas situações que pareciam não ter mais solução. E até na hora de sua morte, Chevalier pode contar com a mão amiga de nossa Fundadora. Nosso padre morreu na hora do ângelus da tarde, em 21 de outubro de 1907, enquanto os sinos da paróquia soavam. Por tudo isso e muito mais é que podemos entender porquê ele a chamava de "Esperança dos desesperados".

Todos: Salve, Mãe de misericórdia! Esperança nossa, Salve!

D: Passaram-se os anos. Nos espalhamos pelo mundo como fagulhas para incendiar o mundo com a revolucionária notícia de que Deus tem Coração. Ele não está contra nós, está a nosso favor, porque nos ama apaixonadamente. É claro que há outras congregações que até podem ter um carisma parecido. Contudo, há uma coisa que só nós temos: vemos o coração de Deus-criança, ardendo de amor, apresentado pelas mãos de uma mulher: Nossa Senhora do Sagrado Coração. E, ao que parece, o fato de nós não termos desaparecido foi realmente coisa dela. Maria honrou e honra sua parte no contrato. Quantas e quantas vezes temos notícias de encontrarmos sua imagem nos esperando nas missões que assumimos. Ela continua sendo aquela que tudo faz em nossa Família. Nos adotou como seus.

A Palavra (Lc 1, 39-48)

L1: Do Evangelho segundo Lucas: Naquele tempo, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto: “Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.” Então Maria disse: A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador. Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva!”

A Palavra na Vida

− Momento de silêncio.
− Preces espontâneas.
− Pai Nosso.

Oração final: Lembrai-vos

21 de outubro
RECORDAÇÃO DO FALECIMENTO DO Pe. J. CHEVALIER

Sugestão: Nosso fundador entrou na eternidade à hora do Ângelus da tarde (18h00), conforme poderemos ver no texto. Seria significativo se esse momento de oração pudesse ser celebrado à essa mesma hora.

D.: Caro irmãos e irmãs, amado seja por toda parte o Sagrado Coração de Jesus: eternamente!

Na presença de Deus, nos unimos hoje como Família Chevalier, agradecendo ao Senhor pela vida e pela missão de nosso Fundador, celebrando o dia de sua morte. Sim, celebramos o seu encontro definitivo com o Coração de Cristo, a quem ele devotou toda sua vida. Não poderia haver momento mais profundo e feliz para este homem, que nos deixou como herança um carisma e uma missão. Cantemos juntos o Hino:

1. A vida pra quem acredita, não é passageira ilusão e a morte se torna bendita, porque é a nossa libertação

Nós cremos na vida eterna, e na feliz ressurreição
Quando de volta à casa paterna, com o Pai os filhos se encontrarão

2. No céu não haverá tristeza, doença, nem sombra de dor E o brilho da fé é a certeza de viver feliz com o Senhor

D.: Iniciando este momento celebrativo, recordamos três aspectos de sua vida, que queremos trazer especialmente neste momento de oração. Quem nos ajuda é nosso confrade, o Irmão João Weber (1870-1953), que foi secretário do Pe. Júlio, que deixou escrito esse testemunho no ano de 1950:

L1: “A primeira coisa que me chamou a atenção, diz o Irmão João, foi sua profunda vida interior apesar de seus numerosos e variados compromissos. Eu tinha 20 anos e sua personalidade me impressionava muito e me inspirava respeito. Me dei conta que estava tratando com um homem que, apesar de suas importantes funções, levava uma profunda vida interior; era um verdadeiro santo”.

L2: Um segundo aspecto que chamou a atenção do Irmão João foi “a grande importância que Pe. Júlio dava à hospitalidade. Quando os sacerdotes das paróquias vizinhas vinham ao povoado de Issoudun para fazer suas compras, todos eram convidados à mesa sem necessidade de um convite especial”.

L1: Irmão João assinala um terceiro ponto: “Durante o dia eu o encontrava muitas vezes em seu escritório lendo ou escrevendo algum livro ou alguns artigos… Depois da oração da noite, Pe. Júlio colocava em dia sua correspondência. Quantas vezes, depois da meia noite, batia em minha porta para me pedir que levasse algumas cartas urgentes à estação do trem. Nessas ocasiões se desculpava ou me perguntava se não era muito incômodo eu lhe fazer esse favor.

L2: Por último, o Irmão João nos revela uma faceta íntima do Pe. Chevalier. Viu-o chorar ao menos em duas ocasiões. Eram os tempos difíceis da crise interna. “Via-o lutar constantemente contra muitas dificuldades, mas não vi nele sinal de impaciência, de mau humor ou de tristeza”.

TODOS: Chegando ao final de sua vida, como o Apóstolo Paulo, que "completou a corrida e guardou a fé", nosso fundador diz: "Eu estou em suas mãos: Deus fará de mim o que julgar conveniente. Beberei o cálice que ele me apresenta e me submeterei sempre à sua santíssima e adorável vontade!"

D.: Se o valor de uma pessoa se mede pelo modo como morre e se depois da morte se apreciam melhor suas virtudes, não podemos deixar de refletir sobre uma morte como a do Pe. Chevalier, comum, ordinária e no outono. Relembremos em espírito orante seus últimos momentos.

L1.: Expulso de sua casa pela força policial em 21 de janeiro de 1907, Júlio Chevalier viveu na casa número 3 da rua Daridón, emprestada pelo senhor Fernando Bonneval, benfeitor desde o início de nossa congregação. Para o Pe. Júlio, foram nove meses de vida ao estilo de Jó. Pe. Meyer, Superior Geral, escrevia de Roma a um companheiro e lhe dizia “Padre Chevalier sofreu muito no último período de sua enfermidade, mas sua paciência foi admirável”. Suas forças foram baixando rapidamente. Nem o médico nem o Irmão enfermeiro, que cuidava dele com o carinho de um filho, puderam parar o progresso da enfermidade. Em maio, durante a novena preparatória à festa de Nossa Senhora, os fiéis redobraram sua oração. No dia 30 de maio, véspera da festa, um peregrino se aproximou da casa e perguntou a um dos vigários “Como vai o doente? Muito mal - respondeu o vigário. E acrescentou “Não me surpreenderia se morresse esta noite”. No outro dia o doente pôde levantar-se e até celebrar a missa. Ele havia dito várias vezes “Nossa Senhora me curará para sua festa”. O doente não estava completamente curado, mas uma melhora permitiu prolongar seus dias e deixar arrumadas certas coisas antes de sua morte.

L2: Na segunda-feira, 2 de outubro, se sentiu muito mal e no dia 9, como seguia piorando, viu-se prudente que recebesse os últimos sacramentos. Seu confessor lhe fez a proposta, “sim, sim, me faça esse favor”, respondeu Pe. Júlio. Em seguida, com grande tranquilidade, recolheu-se para receber tão grande dom. As testemunhas estavam admiradas pela lucidez e pela viva fé do doente. Como seria o diálogo sublime entre o Coração de Jesus e o coração de Júlio nesse instante que seguiu à comunhão? Terminada a celebração, o doente disse repetidamente “Obrigado, muito obrigado”. E a pedido de seus irmãos, ele levantou suas mãos trêmulas e os abençoou, e todos os da congregação, os benfeitores, os amigos presentes. Assim terminou o dia nove de outubro. A noite seguinte foi de descanso sereno. E durante uma semana as coisas transcorreram normalmente, sem sobressaltos. Certa vez manifestou a esperança de terminar sua carreira no sábado seguinte, dia tradicionalmente consagrado à Virgem Maria, que ele tinha amado, servido e glorificado durante toda sua vida.

L1: Quis despedir-se individualmente de cada um de seus vigários, de cada um de seus irmãos de congregação, das Irmãs, dos amigos. Para cada um teve uma palavra especial. Quando chegou a vez do Irmão Bernardino a cena foi comovedora. Pe. Chevalier muito emocionado lhe agradeceu todos seus serviços e seus esforços realizados durante tanto tempo e com tanta generosidade e paciência. Lembrando-se de que certa vez uma palavra de censura e impaciência haviam lhe provocado sofrimentos, pediu-lhe perdão com expressão de pena tão forte que o Irmão, emocionado até às lágrimas ficou embaraçado e não sabia o que dizer. Caindo de joelhos pediu-lhe a bênção, que o doente lhe deu, rogando-lhe que o atendesse até o final e que rezasse por ele até depois de sua morte. Quando chegou a vez do médico expressou-lhe sua profunda gratidão.

L2: No sábado, dia 12, Pe. Chevalier continuava na mesma. No domingo, dia 13, e nos dias seguintes, um dos sacerdotes jovens, Pe. Emílio, celebrou a missa no quarto onde estava o nosso Fundador e lhe deu a Santa Comunhão. “Eu não esquecerei jamais, testemunha Pe. Emílio, a impressão profunda que me produzia olhar para este venerável ancião durante a celebração da missa”.

L1: De quinta-feira, dia 17, até segunda-feira, dia 21 de outubro, seus sofrimentos se intensificaram. No dia 20, à noite, chegou de Roma o Superior Geral, Pe. Meyer, trazendo-lhe a bênção do papa Pio 10º e não se afastou mais de seu leito. No dia 21, por volta do meio-dia, teve uma grande crise e depois ficou em grande calma como se estivesse dormindo. Às seis horas da tarde, quando os sinos da paróquia tocavam o Ângelus, como uma lâmpada que vai faltando azeite, apagou-se tranquilamente no Senhor. Morreu rodeado do Pe. Geral, de seus religiosos e religiosas que tinham vindo de vários lugares, e de seus amigos mais próximos. Como Eliseu, quando se despedia de Elias, foi o momento de recolher o manto e prosseguir sua profecia; de recolher o desafio e prosseguir sua Missão.

Faz-se aqui um momento de silêncio respeitoso.

Os olhos jamais contemplaram, ninguém sabe explicar
O que Deus tem preparado, àqueles que em vida o amar!

1. As lutas, a dor, o sofrer, tão próprios da vida do ser.
Ninguém poderá comparar com a glória sem fim do céu.

2. Foi Cristo quem nos mereceu com a morte, a vida, o céu
e ainda se entrega por nós como oferta constante ao Pai.

L2: Na terça-feira, 22 de outubro, o Senhor Fernando Bonneval foi à prefeitura de Issoudun e pediu permissão para sepultar o “Pároco de Issoudun” na cripta da Basílica, na tumba preparada exatamente debaixo do altar de Nossa Senhora do Sagrado Coração, aquela que ele sempre chamou “Advogada das causas difíceis e desesperadas”. A procissão se dirigiu em primeiro lugar

à Igreja paroquial onde foi celebrado o funeral e logo atravessou a cidade dirigindo-se à Basílica do Sagrado Coração. Pe. Piperon escreve: “Parecia mais uma marcha triunfal que uma procissão fúnebre, com a participação de mais de cem sacerdotes e outros dignitários eclesiásticos de Bourges e dioceses vizinhas e a grande massa do povo de Issoudun”. A emoção da multidão foi grande quando se abriram as portas da Basílica, fechadas durante tantos anos, e deram passagem ao corpo do Pe. Júlio que foi sepultado atraído por multidões.

D.: Bendito seja Deus pela vida doada e tão fecunda do nosso Fundador Pe. Julio Chevlier. Que seu testemunho de Missionário do Sagrado Coração traga esperança e nos encoraje a seguir hoje nossa missão de MSC. Concluindo este momento de oração e memória, rezemos juntos, pedindo pela sua beatificação:

T. Deus, nosso Pai, Vós que nos amastes até entregar o vosso Filho pela salvação do mundo, nós vos agradecemos por terdes dado a vossa Igreja o Padre Júlio Chevalier para levar remédio aos males do seu tempo. Contemplando com Nossa Senhora "Aquele que foi traspassado", ele foi o apóstolo apaixonado do Sagrado Coração e do seu amor misericordioso que ele queria que fosse espalhado por toda parte! Para levar remédio aos males do nosso tempo, as nossas violências, injustiças e rejeições, permiti, Senhor, que seja proposto à Igreja de hoje tal exemplo de amor para com o Cristo e de paixão pela salvação de todos. Dai-nos, Senhor, o Padre Chevalier por intercessor junto de Vós, e companheiro pelos caminhos do mundo a fim de que chegue em toda parte o Reino de vossa justiça, de vosso amor e de vossa paz, e que o Coração de vosso Filho seja o Coração de um mundo novo. Amém.

Para terminar, pode-se cantar o Ametur...

6 de novembro
RECORDAÇÃO DO MARTÍRIO DO BEATO ANTÔNIO ARRIBAS E COMPANHEIROS

D. Vinde, ó Deus em meu auxílio etc.

Hino

De Cristo o dom eterno,
dos mártires vitória,
alegres celebremos
com cânticos de glória.

São príncipes da Igreja,
na luta triunfaram.
Do mundo sendo luzes,
à glória já chegaram.

Venceram os terrores,
as penas desprezaram.
Na morte coroados,
à luz feliz chegaram.

Por ímpios torturados,
seu sangue derramaram.
Mas, firmes pela fé,
na vida eterna entraram.

Invictos na esperança,
guardando a fé constantes,
no pleno amor de Cristo
já reinam triunfantes.

Já têm no Pai a glória,
no Espírito a energia,
e exultam pelo Filho,
repletos de alegria.

Pedimos, Redentor,
unidos ser também
dos mártires à glória
no vosso Reino. Amém.

L1: Espanha, 1936. O país começa a viver os terrores do conflito que mais tarde será chamado de Guerra Civil Espanhola, que consistia no enfrentamento entre as forças revolucionárias e o governo conservador e ditatorial do General Franco. A revolução, que além de tudo era profundamente anticlerical, não demorou a chegar à pequena Canet de Mar, Catalunha, lugar em que nossa Congregação havia estabelecido a Pequena Obra e a Escola Apostólica. Com a chegada das tropas revolucionárias à localidade e temendo pela sorte dos jovens estudantes e dos confrades, o Superior da Casa envia os seminaristas de volta às suas famílias, consome a Reserva Eucarística do sacrário, temendo possíveis profanações e convoca os confrades para deixarem a casa, também eles.

Todos (cantando): Vim buscar e vim salvar o que estava já perdido (Lc 19,10)
Busca, salva e reconduze a quem perdeu toda a esperança
Onde salvas teu irmão, tu me estás salvando nele

L2: Os sete jovens missionários se puseram em marcha caminhando pelas montanhas, com a intenção de chegar a França e lá se asilar. Iam perigosamente sem guias ou mapas, evitando estradas e dormindo na floresta, exceto ocasionalmente em alguma fazenda. Iam sem vestuário ou calçado adequado, enfrentando tempestades e nevascas, por um caminho que durou cinquenta e sete dias, viajando cerca de 140 km. Estava anoitecendo o dia 28 de setembro, quando os missionários se viram perdidos pelo caminho. Um deles, procurando ajuda, chegou a um vilarejo onde foi pedir informações. A pessoa que abriu a porta ao jovem missionário deve ter lhe inspirado confiança, pois este, ingenuamente, se identificou como membro de um grupo de padres perseguidos que buscava chegar à fronteira com a França. Não imaginava que aquela era a casa de ninguém menos que o presidente do Comitê de Guerra das Forças Revolucionárias daquela localidade.

L3: Diante do pedido do religioso, lhe indicam o caminho errado para se chegar à França. Seguindo as instruções recebidas, os fugitivos permaneceram em confiante marcha. Poucos quilômetros depois, os aguardava um grupo de milicianos que os prendeu, e, às dez horas da noite, foram conduzidos ao Comitê de Guerra do povoado vizinho, um dos mais sanguinários da região. Chegando lá, os missionários foram questionados se eram frades ou padres. Não negaram. Assumiram que eram Missionários do Sagrado Coração, de Canet de Mar, e que estavam indo para a França para salvar suas vidas. Perguntados sobre as fazendas que pelo caminho lhes haviam dado abrigo, não disseram nada. “Como a ovelha levada ao matadouro, Ele não abriu a boca” (Cf. Is 53, 7).

Todos: Eu passei fazendo o bem, eu curei todos os males (Mc 7:37)
Hoje és minha presença junto a todo sofredor
Onde sofre o teu irmão, eu estou sofrendo nele

L1: A milícia os revistou. Entretanto, só encontraram em suas bolsas alguns pedaços de pão duro e algumas cebolas, coisas muito simples, mas que lhes foram confiscadas. Privados de comida, foram trancados na escola do povoado, onde passaram a noite em oração, conscientes de que estavam chegando a hora de seguir seu Mestre também na Paixão. Na manhã seguinte, o Comitê

de Guerra de São João ligou para o Comitê de Canet informando-os da detenção de sete missionários que haviam fugido para lá, perguntando o que deviam fazer com eles. Por volta das três horas da tarde, chega ao lugar onde estavam presos os Missionários um carro cheio de milicianos de Canet de Mar, de onde haviam fugido. Estes soldados, ao encontrarem os soldados locais, diziam: “Esse aí foram fugir de nós para cair de novo nas nossas mãos!”

L2: Às quatro da tarde, receberam a ordem de deixar o Comitê de São João. E assim foram: amarrados em pares pelos cotovelos e o último com as mãos atrás das costas. Foram colocados dentro de um ônibus e partiram. Cerca de um quilômetro e meio da aldeia de Seriniá, antes de passar por uma ponte, o ônibus para em uma casa em ruínas, e o esquadrão de milicianos desce e se coloca na beira do rio.

Todos: Salvará a sua vida quem a perde, quem a doa (Jo 12:25)
Eu não deixo perecer nenhum daqueles que são meus (Jo 18:9)
Onde salvas teu irmão, tu me estás salvando nele

L3: Um membro do Comitê de Guerra de São João descreve os detalhes do crime, do qual ele foi um dos perpetradores: “Primeiro fizemos descer quatro deles e lhes ordenamos que ficassem de costas para nós. Um deles, no entanto, diante da ordem que demos, nos enfrentou dizendo que morrer de costas era coisa de covardes e criminosos e que aquele não era o caso. Para eles, morrer por serem religiosos seria uma glória. Nisso, um outro levanta a mão para nos dar uma bênção ou absolvição. Não conseguiu fazê-lo. Foram fuzilados imediatamente e caíram mortos. Enquanto abatíamos os primeiros quatro, fizemos descer do ônibus os outros três, e sem lhes deixar falar mais, os liquidamos junto com os outros.”

O assassino esqueceu, entretanto, de dizer quem era o jovem que os enfrentou tão valentemente: era o padre Antônio Arribas. Segundo o relato de outra testemunha ocular, teria sido o mesmo padre a dar o grito de “Viva Cristo Rei!”, dado quando foi ordenado o fuzilamento.

L1: Era o dia 29 de setembro de 1936. Festa de São Miguel Arcanjo.

Morreram simplesmente pelo fato de serem religiosos. Morreram in odium fidei.

Não eram agitadores. Simplesmente viviam sua vida de religiosos vivendo numa comunidade formativa igual às nossas. Viviam o carisma de ser amor em toda parte num povoado rural.

Não eram intelectuais. Não tinham livre acesso à palácios (civis ou eclesiásticos…). Não morreram em praças públicas entre “infiéis” nas missões estrangeiras. Morreram como viveram: no escondimento de uma Nazaré e morreram fora da cidade, como Aquele a quem seguiram.

L2: Na simplicidade, buscaram viver o seguimento de Jesus conforme indicou Paulo Apóstolo e também Júlio Chevalier: reproduzir em si os sentimentos do Coração de Jesus. Buscar ter um coração igual ao d’Ele.

Assim viveram.
Assim morreram.

Viveram pouco, mas viveram bem, porque encontraram o cerne do Evangelho, que é vida e salvação. Oxalá nos seja dado um pouco desse mesmo espírito, para que o Evangelho brote em nós como uma fonte...

Todos: Entreguei a minha vida pela salvação de todos (Jo 10,18)
Reconstrói, protege a vida de indefesos e inocentes
Onde morre o teu irmão, eu estou morrendo nele
EU VIM PARA QUE TODOS TENHAM VIDA
QUE TODOS TENHAM VIDA PLENAMENTE (Bis)

8 de dezembro
SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Fundação dos Missionários do Sagrado Coração

No caso de esse roteiro ser rezado fora da missa, inicia-se com “Vinde, ó Deus em meu auxílio” e etc. e segue-se o roteiro. No caso de se rezar na missa, pode-se usar o roteiro após a leitura do Evangelho, omitindo-se a parte introdutória e o hino. O restante pode ser seguido normalmente. Terminando-se a leitura, a missa segue como de costume a partir do ofertório.

D. Vinde, ó Deus em meu auxílio etc.

Hino

Tu passaste fazendo o bem,
enchendo as mãos vazias com tua paz.
Que teu Espírito nos faça Apóstolos
e nos transforme em alegria para os demais.

Na árvore da cruz, teu Coração,
desabrochando como uma flor.
Oferta ao homem, pelo Pai,
para ser o Coração de Deus sobre a terra.

Ao contemplar teu Coração aberto,
teu coração de Filho que se oferece,
nós divisamos o grande mistério,
por tanto tempo guardado no seio do Pai.

Tu és o Templo do Espírito,
o novo Adão de onde surgirá
o coração em chamas, um povo imenso
feito à tua imagem e semelhança.

“A paz esteja convosco! Sou eu mesmo, não tenhais medo!
Vede, olhai, são minhas mãos, olhai este meu Coração.
O que eu fiz por vós, fazei-o vós também.
Sede o Coração de Deus na terra.” Amém.

D: Chegamos, mais uma vez, ao aniversário de fundação de nossa Congregação. É tempo de agradecer ao Senhor pelas tantas coisas boas que Ele se dignou fazer através de nossa “Pequena Sociedade do Sagrado Coração”. É tempo de gratidão! Por isso, recordemos agora nossos inícios, e contemplemos como Deus tem sido bom para conosco desde nossos primeiros dias de existência. O trecho que ouviremos a seguir é a continuação da narrativa do Pe. Chevalier nos “Anais da Pequena Sociedade”, onde se conta o reencontro com o antigo colega de seminário, Maugenest, que tinha sido ordenado padre fazia pouco tempo e, por um feliz arranjo da Providência fora nomeado para trabalhar com Chevalier na pequena paróquia de Issoudun. Esse reencontro fez reacender neles o desejo alimentado nos tempos de seminário de fundar uma Sociedade de Missionários do Sagrado Coração. Os dois amigos se abraçam felizes. Eis como o próprio Padre Chevalier nos narra essa história:

L1: Finalmente eu disse a Maugenest: "Se Deus quiser essa obra do Sagrado Coração, ela haverá de se realizar, por mais intrincadas dificuldades que possam surgir; o importante é que tenhamos certeza da vontade divina. As circunstâncias não podem ser mais favoráveis. Estamos às vésperas da declaração do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Nesse dia, haverá de acontecer uma chuva abundante de graças no mundo; pois bem! Façamos uma novena preparatória a esta festa e peçamos à Virgem Santíssima, como primeiro fruto da glória desta sua coroação pela Igreja, o nascimento desta nova Sociedade do Sagrado Coração. Como foi Maria que trouxe Jesus, fruto bendito de seu casto seio, que seja ela, uma vez proclamada Imaculada, aquela que faça surgir na Igreja, se for da vontade de Deus, essa nova família do Coração do seu Divino Filho: ela a fará brotar, por assim dizer, desse divino Coração, a fonte de toda graça e de toda fecundidade. Se

formos ouvidos, tomaremos o nome de Missionários do Sagrado Coração. Nossa missão própria será a de prestar um especial culto de adoração, veneração e reparação ao Coração de Jesus (...) e procuraremos também, por todos os meios possíveis, que Maria seja amada e venerada de uma maneira especial".

L2: Todos os dias fizemos em comum as orações da novena e nossos exercícios de piedade. No dia do encerramento, dia 8 de dezembro, (...) mal terminara a missa, um senhor dirigiu-se a nós e disse-nos que um benfeitor, de fora da cidade, queria oferecer 20.000 francos para a criação de uma obra de missionários e que, se nós quiséssemos, essa soma estaria à nossa disposição. Foi o que de fato aconteceu.

A esta inesperada boa notícia, nossos corações quase se partem de alegria, e lágrimas incontidas banham nossos olhos. O dia se passa em ação de graças. Ó Maria, ó nossa boa mãe! Sede para sempre bendita! O aniversário de vossa Imaculada Concepção será daqui por diante também o aniversário da concepção da nova Sociedade do Sagrado Coração de Jesus!

D: Passado pouco mais de um mês, o Arcebispo de Bourges, coloca dificuldades na aceitação desse novo Instituto dentro de sua Arquidiocese. Como poderiam começar uma obra se não tinham dinheiro para tocar a obra? Como iriam se manter? Onde iriam viver?

A história segue...

L1: Diante de nossas dificuldades, uma alma generosa, inspirada pela Graça, prometeu-nos anualmente, uma contribuição de mil francos, como ajuda à nossa manutenção. Levamos ao conhecimento do Cardeal, este novo auxílio. Sua Eminência ficou profundamente impressionado:

- "Pois bem, meus filhos, disse o Cardeal, submeterei o projeto de vocês aos membros de meu conselho e logo direi o que decidimos".

A decisão, porém, não foi favorável. Por três vezes a questão foi apresentada e por três vezes esses senhores fizeram-nos fortíssima oposição. Um dos padres chegou a dizer:

- "A menos que haja um milagre, vocês jamais haverão de conseguir permissão para começar a sua obra..."

Dirigimo-nos de novo Àquela que é "a esperança dos desesperados" e contra toda e qualquer expectativa humana, obtivemos a tão almejada autorização. Ó Maria! Sede mais uma vez bendita! É com inteira razão que a chamamos Fundadora de nossa Pequena Sociedade. Como podemos suficientemente testemunhar nosso reconhecimento? (...)

L2: A casa que a Divina Providência nos destinava foi logo comprada. O dinheiro posto à nossa disposição foi suficiente para adquiri-la. Auxiliados pelas ofertas de alguns piedosos fiéis, reformamos um celeiro e ali fizemos nossa casa e transformamos o estábulo em Capela; era a própria imagem de Belém. A casa que reservávamos para nossa moradia, estava em petição de miséria, não somente as paredes estavam em ruínas, como também era uma extrema pobreza. (...) Nossos começos foram trabalhosos; alojados como Jesus no estábulo que virou capela, faltava-nos tudo. Nossa escola foi a escola da privação; carecíamos das coisas mais simples. Durante algum tempo, fomos nós mesmos os cozinheiros e só Deus sabe os belos cozinheiros que éramos! Nós mesmos não somente nos encarregávamos do cuidado e da limpeza da casa, como também da capela. Todos os dias ou várias vezes por semana, antes da chegada dos fiéis, com alegria, varríamos a casa do Senhor e colocávamos tudo em ordem. O divino Coração de Jesus, entretanto, abençoava nossos esforços...(Dos Anais da Pequena Sociedade, pp 2-9)

D: Começamos e talvez ainda sejamos aquela mesma Pequena Sociedade do Coração de Jesus nascida num estábulo, como nosso Mestre, cujo Coração queremos imitar e anunciar como modelo a ser seguido. Não nascemos numa universidade, nem houve grande movimento ao redor de nossa fundação. Eram simplesmente dois padres muito modestos que fizeram a experiência de que Deus só pode amar e entenderam que isso era capaz de incendiar o mundo... compreenderam o quão extraordinário pode ser o ordinário, se vivido com amor.

Dirijamo-nos, agora, Àquela que tornou possível tudo isso, nossa mãe, Maria, nossa fundadora:

L1: Sim, Nossa Senhora do Sagrado Coração, nós Vos aceitamos de todo coração por nossa Mãe. Queremos que nos deis, cada dia mais, um pouco da vida que vem do Coração de vosso Filho. Sabemos que no céu intercedeis por nós junto Àquele de quem procedem todas as graças.

TODOS: Gostamos de chamar-Vos “Esperança nossa” em todas as necessidades, porque vossa intercessão maternal nunca fica sem efeito perante Deus a quem nada é impossível.

L2: Sabemos que Vos inclinais com amor e delicadeza de mãe sobre nosso mundo e sobre cada pessoa. Recolhestes em vossas mãos e em vosso coração de mãe a nossa fidelidade, o nosso amor, as nossas homenagens e ações de graças, nossos pedidos e súplicas para apresentar tudo isso a vosso Filho, Jesus.

TODOS: Ó Nossa Senhora do Sagrado Coração, Mãe do Salvador e nossa Mãe, Vós rezais conosco e por nós. Que vossa oração leve todas as pessoas a Ele e faça habitar em nós seu Espírito.

D: Pedimos vossa intercessão maternal por todas as nossas necessidades, pela nossa Congregação, presente no mundo inteiro, pela nossa Província e por cada membro da Família Chevalier, em particular. Não vos esqueçais dessa família de missionários e missionárias que é vossa! Não nos deixeis nunca sem o vosso poderoso auxílio. Com essa confiança, vou pedimos:

TODOS: Lembrai-vos...

- Amado seja por toda parte o Sagrado Coração de Jesus! Eternamente!
- Nossa Senhora do Sagrado Coração, rogai por nós!
- São José, exemplo e padroeiro dos amigos do Coração de Jesus, rogai por nós!

Para terminar, pode-se cantar o Ametur


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